É
uma Encíclica de Sua Santidade o Papa João XXIII, ela fala Sobre a actual
evolução da questão Social à luz da Doutrina da Igreja, na linha da Rerum Novarum, de Papa Leão XIII. Os
destinatários à semelhança das outras encíclicas, são: os Patriarcas e
Primazes, Arcebispos e Bispos e outros ordinários, aos clérigos e a todos os
fiéis de mundo inteiro. Esta encíclica foi publicada no dia 15 de Maio de 1961,
no terceiro Pontificado do Papa João XXIII.
Vida de João XXIII
O
seu nome oficial era Ângelo Roncalli. Nasceu em 1958 em Bérgamo, na cidade de
Sotto il Monte, de uma família de camponeses. Foi seminarista em Bérgamo,
sargento-enfirmeiro, tenente-capelão da I Guerra Mundial. Na sua vida
diplomática ocupou os seguintes cargos: visitador Apostólico de Bulgária
(1925), Delgado Apostólico na Turquia e Grécia (1935), Núncio em Paris
(1945-1953). O Papa João XXIII, «para além da sua santidade e da sua aparência
de bom pároco de aldeia»[1],
o seu pontificado revelou uma grande providência, pois foi ele que materializou
a ideia de convocar o Concílio Vaticano II, ideia que Pio XII pensara. Como
sinal de aceitação e reconhecimento público do seu esforço em prol da
humanidade foi gladiado com o Prémio Balzan da Paz. Morreu em 1963.
As suas Encíclica
O
Papa João XXIII, durante o seu pontificado procurou iluminar os crentes e o
mundo com a luz das suas encíclicas. Ele escreveu oito (8) encíclicas a saber:
Ad Petri Cathedram
(29/06/1959) sobre a Verdade, Unidade e Paz. Sacerdotii nostri primordia (31/07/1959) sobre o Santo Cura d`Ars. Grata Recordatio (26/09/1959) o sobe o
Rosário
Pincipes Pastorum (28/11/1959)
o sobre as Missões. Mater et Magistra (15/05/1961)
sobre as questões Sociais, nova e renovada versão da doutrina social da Igreja.
Aeterni Dei Sapientia (11/11/1961) Sobre
a unidade dos cristãos. Poenitentiam
agere (01/07/1962) como preparação para o Concílio. Pacem in Terris (11/04/1963) sobre a justiça, a caridade e a
liberdade em ordem à paz mundial.
Entre estas oito encíclicas duas
despertam grande interesse: Mater et
Magistra, que está na linha da Rerum
Novarum de Leão XIII, e manifesta a posição da Igreja em relação aos
problemas sociais, políticos e económicos do mundo moderno. E Pacem in Terris esta indica o rumo para
que a paz entre os povos se torne possível.
Estrutura
A
encíclica Mater et Magistra está
dividida em capítulos e apresenta a seguinte estrutura:
Introdução:
composta por 9 números.
Capítulo I
(10-52): fala sobre os ensinamentos da encíclica Rerum Novarum, e sucessivos desenvolvimentos do Magistério de Pio
XI e Pio XII.
Capítulo II
(53-122): Precisões e desenvolvimento à doutrina da Rerum Novarum
Capítulo III
(123-214): aborda sobre os novos aspectos da questão social
Capítulo IV
(215-271): tem como título, Reatar os laços de vida em comum, na Verdade, na
Justiça e no Amor.
Conteúdo
A encíclica como ilustra a
estrutura é introduzida por 9 números. Na introdução estão patentes as duas
tarefas da Igreja, ela como Mãe e Mestra: «gerar e educar filhos para o seu
Fundador. Dirigi-los, velando com maternal providência pela vida dos indivíduos
e dos povos, cuja alta dignidade sempre ela teve no maior respeito e defendeu
com solicitude»[2]. A
primeira parte aborda o contexto em que a Rerum
Novarum aparecera, sublinhando o triste cenário em que vivia a classe
operária, «devido à superação das corporações, à falta do espírito cristão nas
instituições e nas leis, ao monopólio da produção e do comércio guiados por
princípios liberais de um pequeno grupo de ricos»[3]
que se impunham à grande maioria massa de operários que era subjugada oprimida.
O Papa João XXIII, na linha do Leão XIII e do Magistério de Pio XI e Pio XII,
apresenta a Rerum Novarum «como a
mensageira do pensamento social cristão, inspiradora de providentes associações
e benéficas instituições para o bem das classes operárias»[4]
A
Mater et Magistra esclarece e
confirma o «direito de propriedade privada, fala das relações entre capital e
trabalho, aborda a questão do salário que deve ser suficiente para o sustento
do operário e da sua família»[5].
Ainda sobre o salário, o Papa defende que deve se aumentar ou diminuir segundo
a exigência do bem da sociedade. No que diz respeito à luta de classes, o
Pontífice defende que se privilegia a colaboração das classes para uma única causa,
o bem comum. Dai que «as instituições dos povos e toda a vida social deve ter
como fundamento a justiça e a caridade»[6].
O Santo Padre, João XXIII, depois de criticar, condenar e repudiar o Socialismo,
apresenta alguns remédios.
Bibliografia
PINTONELLO
Aquiles, Os Papas, Edições Paulinas,
São Paulo 19862.
DA
SILVA M. Heitor, História dos Papas,
Editorial Braga, Braga 1999.
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