sexta-feira, 13 de abril de 2012

A MENSAGEM DE PAULO

Introdução
Paulo, Apóstolo dos gentios, como actualmente é conhecido, empreendeu uma missão tão dura para o sucesso do seu apostolado, no anúncio do Evangelho de Cristo. Porém, entre tantas as questões que são colocadas pelos estudiosos, uma diz respeito à mensagem da sua pregação. Portanto, nestas páginas, se pretende resumir a sua mensagem e a sua concepção sobre o mundo. O resumo fundamentar-se-á na obra de Charles Horold Dodd, A Mensagem de São Paulo para os homens de hoje, Edições São Paulo 1981, p. 29-40.

A MENSAGEM DE PAULO
Partindo da premissa segundo a qual o objecto da pregação do Apóstolo dos gentios é Jesus Cristo: Morto e Ressuscitado, que é o Quérigma Paulino, então, conclui-se que a sua mensagem era Cristocentrica. Ou seja, Paulo acreditava e ensinava que «Cristo haveria de voltar visivelmente e conduzir o seu povo em uma agressiva campanha contra o mal»[1]. Entretanto, nesta linha de ideias, vários estudiosos, afirmam que o objectivo fundamental de Paulo, era comunicar a todos os homens da terra a urgência da conversão em vista à vinda de Cristo. Contudo, enquanto assim Paulo pregava, observava que o mundo continha «as marcas do fracasso e da imperfeição. E todo o universo estava gemendo as dores do parto»[2]. E nesse universo também fazia parte o homem e compartilhava da sua herança de sofrimento e de esforços contrariados.
Paulo apesar da imperfeição do mundo, reconhecia que «tal como se apresentava, era o melhor dentre todos mundos possíveis»[3]. E acreditava também que apesar dos gemidos e labores do parto, há no mundo uma ansiosa expectativa. Ou por outras, o universo inteiro espera de algo tão glorioso, que o libertará da escravidão e dará sentido às tristezas. Neste sentido, se passará do mundo triste ao mundo de alegria, do mundo de angústia para o mundo de glória, dum mundo caduco mas salvo pela esperança.
Portanto, «é um mundo com uma história real»[4]. Nesta sua visão sobre o mundo, supõe-se que São Paulo, julgava que de algum modo, o universo aguardava a intervenção do homem, para atingir, por seu intermédio, relações correctas e justas na esfera espiritual, «esperando pela revelação dos filhos de Deus»[5]. Devido a este seu modo de conceber o mundo, Paulo é tido como pessimista por tantos estudiosos.
Segundo a opinião dos estudiosos, Paulo como concebia o mundo físico até já não se sabe. Porém, supõe-se que ele, comungava a mesma ideia dos pensadores contemporâneos que imaginavam uma nova terra num sentido literal. Por outro lado, é bem possível que Paulo não concebia a mudança do mundo como se fosse um acidente, mas sim, como estivesse ligado às estruturas das relações humanas.
Por isso mesmos, os estudiosos afirmam que provavelmente Paulo quando falasse de algo errado na sociedade, estava convicto que focalizava o problema do universo. Para Horold, São Paulo via o mundo dos homens em dois grupos opostos: de um lado estava a sua própria nação, e de outro, a sociedade dos pagãos, ou seja, o império grego-romano. Este seu modo de constatar a situação, possivelmente pode ter origem desde a sua juventude em Tarso. Portanto, não foi algo que apareceu depois, ou seja, com a sua conversão ao Cristianismo. Depois da sua conversão, provavelmente, a condenação e desespero da sociedade pagã transformou-se em esperança, quando ele começou a olhar com os olhos de Cristo. No entanto, os estudiosos acreditam que foi neste contexto onde aparece a Carta aos Romanos, pois, ela apresenta evidências de fontes de origem pagã. Alias, os comentaristas são unânimes em afirmar que a Carta aos Romanos, fala da corrupção do mundo pagão e dos judeus que viviam junto dos pagãos, que se vangloriavam em serem conhecedores da Lei, porém, na sua hipocrisia violavam a mesma Lei.
No contexto onde Paulo viveu havia muitas opiniões sobre o mundo. Para os fariseus, «Deus criara o mundo, de alguns pontos de um passado remoto, interviera de um modo inequívoco e no futuro intervirá no juízo»[6]. Portanto, para eles, a história do mundo era mecânica de uma lei implacável. Neste contexto de ideias fatais ou, de fatalismo, Paulo aparece para defender que Deus sempre e em toda idade, é livre para ter com os homens. Exemplo disso foi Abraão que foi chamado por Deus para ser, o pai da comunidade humanidade, depois dele, foi Isaac, Jacob e por último, Jesus Cristo, Filho de David, segundo a carne. Ainda na linha de apologia, Paulo recorre ao argumento da predestinação para provavelmente combater a doutrina da absoluta e arbitrária sabedoria, que era defendida pelos seus contemporâneos.
Segundo os estudiosos, Paulo acreditava que no mundo pagão havia um pequeno número de indivíduos que cumpriam à vontade de Deus, com base a revelação da consciência. Contudo, estes eram incapazes de formar uma verdadeira comunidade. Para os judeus, apesar dos reinos teocráticos existente no seu seio, também não faziam à vontade divina. De outro lado, Paulo acreditava que «o Espírito criaria uma sociedade de âmbito mundial ou Reino de Deus. E esse Reino de Deus, para Paulo teve início com a Ressurreição de Cristo»[7]. E Paulo via na morte e ressurreição de Jesus como a nova era e fundamento de todo o cristão.
Conclusão
A base da pregação de Paulo era Cristo: morto e ressuscitado. O seu objectivo fundamental, era comunicar a todos os homens da terra a urgência da conversão em vista à segunda vinda de Cristo. Pois, ele acreditava que Cristo haveria de voltar visivelmente e conduzir o seu povo em uma agressiva campanha contra o mal. Porque a sua constatação, o mundo continha «as marcas do fracasso e da imperfeição. E todo o universo estava gemendo às dores do parto. Daí que era preciso converter-se, em vista à chegada de Cristo. Por conseguinte, apesar da imperfeição do mundo, Paulo reconhecia que tal mundo, como se apresentava, era o melhor dentre todos mundos possíveis. E a redenção deste mundo só seria possível com segunda vinda de Cristo que estava eminente. Daí que era preciso converter-se à espera dessa segunda vinda de Jesus Cristo. 


[1] Charles H. DODD, A Mensagem de São Paulo para os homens de hoje, Edições São Paulo 1981, 29.
[2] Ibidem, 29.
[3] Ibidem, 29.
[4] Charles H. DODD, A Mensagem de São Paulo para os homens de hoje, Edições São Paulo 1981, 30.
[5] Ibidem, 31.
[6]Charles H. DODD, A Mensagem de São Paulo para os homens de hoje, Edições São Paulo 1981, 34.
[7]Ibidem, 38.

Sem comentários:

Enviar um comentário